História de Bonfinópolis de Minas

A história de Bonfinópolis de Minas está profundamente entrelaçada com a trajetória da colonização do Noroeste de Minas Gerais, especialmente com a história de Paracatu, município ao qual esteve subordinado até o século XIX.

Origens: O Ciclo do Ouro e o Povoamento do Noroeste Mineiro

Com a descoberta do ouro em Minas Gerais no final do século XVII, iniciou-se um grande fluxo migratório de aventureiros e colonos em busca de riqueza. A Coroa Portuguesa, preocupada com o controle sobre as jazidas auríferas e com o crescimento desordenado das povoações, estabeleceu vilas, fortaleceu a fiscalização e organizou as divisões administrativas da Capitania de Minas Gerais. Ainda assim, a região Noroeste, especialmente entre o Rio São Francisco e o Rio Carinhanha, permaneceu por muito tempo inexplorada, devido às dificuldades naturais, às doenças tropicais e à resistência dos povos indígenas, como os Cariris e os Cururus — estes últimos chamados de “roncadores” pelos colonizadores, devido ao som gutural de sua língua.

Foi apenas com a chegada das famílias de Felisberto Caldeira Brant e de José Rodrigues Fróis — vindas, respectivamente, de Goiás e da Bahia — que se estabeleceram as primeiras bases de povoamento na região de Paracatu, onde encontraram jazidas de ouro. A descoberta foi oficializada em 1744, quando Gomes Freire de Andrade, então Governador da Capitania, comunicou ao rei de Portugal o crescimento populacional e o aumento do contrabando de metais preciosos. Em resposta, a Coroa Portuguesa definiu uma nova rota de controle do ouro, ligando Goiás, Paracatu e a Capitania de São Paulo.

Com o declínio das minas de ouro em Goiás e o esvaziamento progressivo do ciclo aurífero, a região sofreu uma mudança de perfil econômico: muitos migrantes, antes envolvidos com a mineração, passaram a se dedicar à agricultura e à pecuária, fundando povoados, currais e fazendas, especialmente em áreas férteis do leste e noroeste de Minas.

Mineração - Johann Moritz Rugendas (1825).

Formação do Arraial das Lages

Em meio a esse processo de expansão agropecuária, surgiu o arraial de Lages, ainda no século XIX, pertencente à Comarca de Paracatu. Em 1869, por meio da Lei nº 1.624, o arraial foi elevado à condição de distrito. No entanto, sua localização geográfica desfavorável dificultou o seu progresso.

Em 1923, buscando melhores condições para o desenvolvimento da região, a sede do distrito foi transferida para um povoado vizinho mais próspero, com solo fértil e maior presença de fazendeiros. A mudança foi oficializada pela Lei nº 843, que redefiniu a localidade como Distrito de Bonfim das Lages.

De Bonfim das Lages a Bonfinópolis de Minas

No ano de 1943, o distrito passou a integrar o recém-criado município de Unaí, recebendo o nome de Fróis, em homenagem ao desbravador José Rodrigues Fróis. A partir de então, vivenciou um novo ciclo de desenvolvimento, ainda que distante da sede municipal.

O desejo de emancipação foi consolidado em 1962, quando, por meio da Lei nº 2.746, o distrito de Fróis se desmembrou de Unaí. Em 1º de março de 1963, foi oficialmente criado o município de Bonfinópolis de Minas, nomeado em homenagem a seu padroeiro, Nosso Senhor do Bonfim.

O primeiro prefeito nomeado pelo então governador de Minas Gerais, José de Magalhães Pinto, foi o Sr. Hamilton Campos Valadares, que teve papel fundamental na implantação da infraestrutura básica da nova cidade. Ainda em 1963, ocorreram as primeiras eleições municipais, sendo eleito como prefeito o Sr. Antônio Batista (1963–1967).

Desenvolvimento e Expansão Regional

Nas décadas seguintes, Bonfinópolis de Minas passou por um processo gradual de modernização. A influência da construção de Brasília, iniciada em 1960, também impactou positivamente o município, que passou a contar com importantes conexões rodoviárias, como a BR-251 (ligação com a Capital Federal), a BR-040 (acesso a Belo Horizonte) e a MG-181. Essas vias ampliaram o escoamento da produção agrícola e facilitaram a integração regional.

Bonfinópolis também serviu de berço para outras comunidades, como Dom Bosco e Natalândia, que mais tarde se tornaram distritos e, posteriormente, municípios emancipados (Natalândia em 1996).

Economia

Atualmente, a economia bonfinopolitana é fortemente baseada na agropecuária. O município destaca-se pela criação de gado bovino e pelo cultivo de feijão, soja, café, pimentão e algodão. A agricultura familiar é predominante, com muitos pequenos produtores utilizando a força de trabalho doméstica para sustento e geração de renda. Os excedentes são vendidos localmente ou enviados para outros mercados da região.

A industrialização ainda é tímida, e o turismo encontra-se em fase inicial de exploração, embora o município possua atrativos naturais significativos.

Turismo e Patrimônio Natural

Bonfinópolis de Minas possui riquezas naturais que encantam visitantes, como a belíssima Praia de Santa Cruz e a imponente Cachoeira da Fumaça, com cerca de 50 metros de queda d’água. Esses pontos turísticos, ainda pouco explorados, representam um grande potencial para o desenvolvimento do ecoturismo e do turismo de aventura no município.

Turismo e Patrimônio Natural

A vida cultural de Bonfinópolis é marcada por festas religiosas, eventos tradicionais e manifestações populares. Destacam-se:

  • Festa do Nosso Senhor do Bonfim – celebração do padroeiro da cidade, com grande participação da comunidade;

  • Festa das Lages – patrimônio cultural tombado, com raízes históricas e religiosas profundas;

  • Semana Santa – encenações e rituais religiosos tradicionais;

  • Carnaval e Exposição Agropecuária – eventos que movimentam a economia e a cultura local;

  • Feiras de Artesanato – com produtos típicos, como cerâmicas, móveis rústicos, gamelas de madeira e arranjos com flores desidratadas.

Em 2004, o município avançou no reconhecimento de seus bens históricos, com o tombamento da Igreja das Lages e da Imagem de Santo Antônio pelo Conselho Municipal do Patrimônio Cultural.

Administrações

2025
16ª Gestão – 01/01/2025 a 31/12/2028 (ATUAL)
Prefeito – Manoel da Costa Lima
Vice-prefeita – Fernanda Oliveira de Jesus Braga  
2021
15ª Gestão – 01/01/2021 a 31/12/2024
Prefeito – Manoel da Costa Lima
Vice-prefeita – Fernanda Oliveira de Jesus Braga  
2017
14ª Gestão – 01/01/2017 a 31/12/2020
Prefeito – Donizete Antônio dos Santos
Vice-prefeito – Dirson Ferreirão 
2013
13ª Gestão – 01/01/2013 a 31/12/2016
Prefeito – Donizete Antônio dos Santos
Vice-prefeito – Antonio Carlos Brandão
2009
12ª Gestão – 01/01/2009 a 31/12/2012
Prefeito – Luiz Araújo Ferreira
Vice-prefeito – Gilberto Antônio de Lima
2005
11ª Gestão – 01/01/2005 a 31/12/2008

Prefeito – Luiz Araújo Ferreira

Vice-prefeito – Gilberto Antônio de Lima

2001
10ª Gestão – 01/01/2001 a 31/12/2004

Prefeito – Eustáquio Pereira da Cruz

Vice-prefeito – José Henrique Brandão

1997
9ª Gestão – 01/01/1997 a 31/12/2000

Prefeito – Eustáquio Pereira da Cruz

Vice-prefeito – José Henrique Brandão

1993
8ª Gestão – 01/01/1993 a 31/12/1996

Prefeito – Mozar Borges Pereira

Vice-prefeito – Sebastião Bernardes da Silva

1989
7ª Gestão – 01/01/1989 a 31/12/1992

Prefeito – Sílvio Canuto Vargas

Vice-prefeito – Bauer Souto Santos

1983
6ª Gestão – 01/02/1983 a 31/12/1988

Prefeito – José Alves Babilônia

Vice-prefeito – Dercílio Duarte Melgaço

1977
5ª Gestão – 01/02/1977 a 31/01/1982

Vice-prefeito – Nilton Bezerra

1973
4ª Gestão – 01/02/1973 a 31/01/1976

Prefeito – Moacir Serafim Borba

Vice-prefeito – Joaquim Agostinho de Oliveira

1971
3ª Gestão – 01/02/1971 a 31/01/1972

Prefeito – Sebastião Luiz Brandão

Vice-prefeito – Horgentino da Silva leão

1967
2ª Gestão – 01/02/1967 a 31/01/1970

Prefeito – Hamilton Campos Valadares

Vice-prefeito – José Amaro Brandão Filho

1963
1ª Gestão – 30/08/1963 a 31/01/1966

Prefeito – Antônio Batista

Vice-prefeito – José Julião Ovides