Texto: Vânia Borba.
Vandeir José Brandão
O ESF Vandeir José Brandão, localizado na Rua São José, nº 231, no Centro de Bonfinópolis de Minas foi inaugurado no ano de 2007, na Gestão 2005/2008.
Sua homenagem foi dedicada ao servidor Vandeir José Brandão que atuou como agente de endemias de nossa cidade, entre os anos de 1999 a 2006. Vandeir José Brandão nasceu em 20 de fevereiro de 1977 em Bonfinópolis de Minas, amava futebol, participando de vários torneios locais. Faleceu no dia 29 de outubro de 2006, deixando como exemplo, um trabalho dedicado ao combate e prevenção às endemias.
O prédio que hoje funciona o ESF anteriormente era destinado a um presídio da cidade, utilizado pelas forças policiais para conter infratores e situações que assim o necessitasse. O prédio ficou por um período abandonado, e desde então, estudou a viabilidade da utilização desse imóvel, para que seja utilizado para uma unidade de saúde, sendo totalmente reestruturado para essa finalidade.
Pela Lei n° 904, de 03 de maio de 2006, por meio de recursos próprios foi feita a reforma e adaptações necessárias para a criação do ESF. No dia 29 de junho de 2007 foi feita a inauguração do ESF Vandeir José Brandão. A Unidade de Saúde conta com atendimento de atenção básica, possuindo um quadro de várias especialidades, dentre elas: ginecologia, psicologia, odontologia, pediatria, geriatria, fonoaudiologia, nutrição, entre outros. (Texto Wesley Gomes)
Josina Palma Bezerra
Josina Antunes Palma nasceu em São Romão no dia 2 de Março de 1931 e foi criada na fazenda da Boa Vista. Estudou em Januária e dedicou sua vida com dignidade exemplar, sendo uma mulher de fibra, pois na época de sua mocidade a emancipação feminina era um tabu perante a sociedade presente. No entanto, ela se esforçou para concluir seus estudos que lhe proporcionou a conquista do concurso de funcionária efetiva da Secretaria Estadual da Fazenda, prestando serviços na coletoria de Bonfinópolis de Minas, cidade em que se instalou desde o ano de 1968. Sua profissão bem desempenhada a distinguiu como uma cidadã comprometida com o funcionalismo público em sua região. Casou-se com o senhor Nilton Bezerra, e passou a se chamar Josina Palma Bezerra. Carinhosamente conhecida por Zizinha, apelido que lhe deu uma característica doce e afetiva junto aos familiares e a todos que com ela conviveram numa relação de reconhecimento por sua alma inerentemente bondosa e compreensiva.
Foi mãe extremamente carinhosa, dedicada e fiel ao acompanhamento materno dos 8 filhos, sendo seis vivos: quatro homens e duas mulheres. Na questão profissional ela não media esforços para atender a todos que a procuravam para providências de documentações necessárias aos trâmites de negociações de agrônomos, fazendeiros, colonos e outros maiores ou menores que buscavam um atendimento muitas vezes de emergência. Por 34 anos ininterruptos ela trabalhou até se aposentar. As horas de folga eram para a família e a igreja, na harmonia disciplinada do bem acima de tudo. Não tinha um hobby em definição, pois a sua distração era a culinária caseira e os eventos religiosos que, disciplinadamente frequentava.
O trabalho para ela então era como um sacerdócio, pois não havia hora nem local para resolver toda a questão que pedia atenção de seu raciocínio e de suas mãos habilidosas. Assim, entre a profissão e os afazeres da vida no lar e a devoção cristã, vivia em constante comunhão em suas orações, sendo católica fervorosa. Dona Zizinha, cumpriu com seus compromissos humanitários com uma atenção ímpar, ajudando sempre os pobres de recurso no povoado local: preparava com frequência sacolas de mantimentos e entregava aos mais necessitados, instruindo os mesmos sobre a educação das crianças no costume moral e cultural.
Sempre orientava seus filhos numa educação severa quanto aos bons costumes e com a mesma atenção, buscava orientar as mães carentes de cuidados especiais junto aos filhos. A sua ajuda material com alimentação dizia valer aos que precisavam do alimento para seguir com confiança os estudos escolares. Tratava com paciência, parcimônia e justiça a toda situação difícil que requeria sua interferência, ocasiões memoráveis que os habitantes de Bonfinópolis guardam na lembrança, seja na profissão ou no matrimônio, compromisso que abraçou com o amor de esposa, mãe e avó, até que Deus a chamou para sua companhia. Seu comportamento podemos dizer que trouxe uma concordância com a nobreza e a honradez de quem sempre participou da vida com simplicidade e humildade, reconhecendo em todos como irmãos por igual em nome de Deus.
O seu nome exposto em um estabelecimento público foi uma singela homenagem, aprimorar o ambiente no vislumbre de sua trajetória tão significativa. Somente os simples e incansáveis trabalhadores, sem pretensão vaidosa trazem consigo uma luz inapagável. Com pequena estima material, mas com grande bagagem de respeito, exemplo maior no qual a população de sua cidade deve mirar, Dona Zizinha chegou, ficou, amou, serviu, passou e seguiu em frente…
Muitas outras palavras ou expressões podem descrever Josina Palma Bezerra, com sua presença discreta e silenciosa, mas gentil e atenciosa, nos brindou a vida por 63 anos. Já com a saúde debilitada por complicações pulmonares, sem queixas e confiante em Deus veio a falecer no dia 29 de Novembro de 1994.
Em abril do ano de 2015, como forma de homenagem, foi inaugurado o Centro Educacional Infantil, com construção moderna e amplo espaço, através de recursos do Ministério da Educação/FNDE foi construído em Bonfinópolis de Minas a Creche Municipal Josina da Palma Bezerra, localizada na rua Belo Horizonte, com objetivo de oferecer melhor acolhimento às crianças, com a consequente melhoria na qualidade do Ensino Infantil.
Texto informado pela família.
FÓRUM CELESTINO CARLOS DE AZEVEDO
O Edifício do Fórum da Comarca de Bonfinópolis de Minas leva o nome de Celestino Carlos de Azevedo. Nascido em Dores do Indaiá, MG, em 21/10/1914 e apelidado desde a infância por “Delo” se mudou para nossa cidade em 1959, onde passou a ser conhecido por “Seu Celestino”, residindo aqui até seu falecimento em 30/09/1990.
Foi casado com D. Almerinda Gontijo de Mendonça, com quem teve 08 filhos: (Antônia, Carlos (Zico), Almerinda, Dalva, José Carlos (Zezé), Dário e Maria, destes Almerinda e Expedita ainda residem em Bonfinópolis. Após sua viuvez, casou com D. Irany Moura de Azevedo, mãe de 11 filhos: Celeste, Cidéia, Celestino (Tininho), Raimundo, Irany, Celimar, Zilá, Lindomar, Raiom, Roberto e Iran), dos sobreviventes ainda residem em nosso município Raimundo, Lindomar e Iran.
Vindo de uma juventude em ambiente rural, era concursado como escrivão de paz, nome que se dava ao oficial do registro civil das pessoas naturais e o tabelião de notas no Distrito de Canastrão, também conhecido por Moradinha, no município de Tiros, quando se licenciou e veio para nossa região, onde exerceu as funções de pedreiro e sendo sua última construção a igreja de Várzea da Galinha. Participou ativamente da vida política de Bonfinópolis, tendo integrado a comissão de pessoas que lutaram pela emancipação do município, inclusive, das votações para escolha do nome de nossa cidade. Sr. Celestino, embora não tenha exercido qualquer cargo político, não se omitia de sua posição e pensamentos políticos o que lhe rendia respeito inclusive por seus adversários/amigos/compadres.
Em 1963, logo após a instalação do município, obteve remoção de sua nomeação como cartorário concursado para Bonfinópolis, tendo ficado à frente do cartório até sua aposentadoria em 1989, cargo que dedicava com muito amor, zelo e cuidado e principalmente na ajuda às pessoas menos favorecidas. Apesar de já não estar entre nós há mais de 30 anos, ainda é mencionado e citado em conversas, por sua generosidade e por seu temperamento marcante. A grande distância de nossa cidade para as sedes de comarca, Unaí e depois João Pinheiro, com péssimo acesso, na época, por estradas de terra, fazia com que as pessoas não tivessem a orientação jurídica nas suas discussões, e o Sr. Celestino estava sempre disposto a ajudar a solução de forma pacífica desses pequenos conflitos, fosse por meio de elaboração de documentos, negócios ou até mediação em situações familiares, o que fazia, muitas vezes, em parceria com os juízes de paz, que na maior parte de sua atividade foram exercidas pelos compadres Ozias Gomes de Souza, Lico Costa e Ari Ferreira dos Santos.
Sua esposa, D. Irany Azevedo, com 84 anos de idade, reside na fazenda há poucos quilômetros da cidade, para onde se mudaram após a perda da filha, Celeste Moura de Azevedo, vitimada por leucemia aos 12 anos de idade e que hoje é homenageada, como nome da Caixa Escolar da Escola Municipal Dercílio Duarte Melgaço. A pessoa estudiosa, apesar da pouca escolaridade e o espírito de homem conciliador, fez com que a Câmara de Bonfinópolis de Minas, atribuísse ao Edifício do Fórum da cidade o nome do primeiro escrivão após a emancipação, o que foi aceito pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais, fato que também inspira a sua família no amor pelas áreas do Direito, tanto que de sua numerosa prole, quatro (04) deles, Dário, Celestino, Zilá e Roberto são advogados, carreira que encantou também algumas de suas noras e muitos netos, tendo certamente inspirado, com sua honrosa caminhada, muitos outros bonfinopolitanos, nascidos ou aqui chegados. Sua história e biografia é citada no livro Terras do Senhor do Bonfim, de Orlando Filho, publicado pela editora Pentalux. (Texto informado pela família)
Famílias Pereira & Izidoro
Em 1958, Petronilo Martins Pereira, 23 anos, saiu de São Gonçalo do Abaité MG, em busca de um sonho: comprar um pedaço de terra em Distrito de Fróis, atual município de Bonfinópolis de Minas. Indicado e orientado pelo rico fazendeiro, Sr. Juca Romão, comprou a fazenda Santa Cruz. Nela se instalou, trabalhou arduamente e em 1960, retornou à São Gonçalo para buscar a família. Foram 3 dias de viagem, trazendo duas famílias completas, a Pereira e a Izidoro. Às margens do Rio Santa Cruz, as famílias do Sr. José Estevão Martins Pereira e Deolinda Lopes Pereira (pais de Petronilo, José Vitorino, Clemente, Maria, Antônio, Luzia, Lourdes, Celina, Aparecida, Carlos, Salu e Arcedino) e Sr. Vicente Izidoro Trigueiro e Ana Lúcia Marques (pais de Mauro, Lúcia, Jésus, Divino e Luciano) foram adquirindo suas terras e se desenvolvendo.
Em 1961, as duas famílias uniram-se ainda mais através do matrimônio dos filhos: Petronilo Martins Pereira, 26 anos e Lúcia Izidoro Pereira, 14 anos; Mauro Izidoro Trigueiro, 23 anos e Maria Pereira Bananal, 21 anos. Sr. Petronilo, uma mente empreendedora e muito audacioso, tornou-se um dos grandes produtores de leite da região e fabricante de queijos por muitos anos. Cidadão comprometido, participava sempre dos comícios e reuniões políticas do município. Sempre valorizou a educação, fez parceria com a prefeitura, então prefeito, Sr. Moacir Borba para construir o grupo escolar E. M. Gravista, uma escola rural, cujas saudosas professoras D. Geralda e D. Rosália, iniciaram o processo de alfabetização das crianças ribeirinhas de Sta. Cruz e do córrego Torto.
Petronilo faleceu em 2014, aos 79 anos, deixando 6 filhos (Geni, Alaide, Nilda, Helena, Petrônio e Luciano). Tudo que construiu foi com o suporte da sua esposa Lúcia, uma guerreira, mulher de muitos talentos e de uma beleza admirável. Foi inteligente e empoderada mesmo após o luto. Soube reinventar a vida, se dedicando a vida cristã, atuante do grupo da renovação carismática da igreja católica. Sr. Mauro Izidoro e dona Maria, grandes empreendedores da região de Riacho das Pedras, pais de Itamar, Lucimar, Marlúcia, Maura, Marilda, Iduarte, Luciana e Ianderson, continuam firmes na missão “vida plena”. Pessoas íntegras, alegres e queridos por todos. Sempre festejam suas conquistas ao lado dos filhos, familiares e amigos. Duas famílias que fizeram história em nossa querida e abençoada Bonfinópolis de Minas.
Texto: Nilda A. Pereira
Igreja Nossa Senhora Aparecida.
Com construção na década de 70, a Igreja Nossa Senhora Aparecida foi construída no período em que Frei Humberto era pároco. Localizada na Rua Dom Eliseu, ficou conhecida na época de sua construção como “Matriz Nova”. Com o passar dos tempos passou por algumas intervenções necessárias, como por exemplo, a reforma de todo o telhado, com substituição de telhas e madeiras, bem como melhorias na iluminação, ventilação e acomodações.
Em uma de suas reformas mais recentes, recebeu a cobertura do teto em forro PVC, sendo representado o formato de uma cruz, como também, foram ampliadas as salas laterais de acesso ao altar, possibilitando receber um maior número de fiéis. Já nos últimos dois anos, o entorno da Igreja Nossa Senhora Aparecida passou por melhorias, como a organização de um jardim, calçamentos e aquisição de imagens de Nossa Senhora e São José.
Essa igreja tem sido escolhida para várias festividades e cerimônias religiosas como: casamentos, crismas, primeira eucaristia, missas em ação de graça, encontros litúrgicos, entre outras.
Constituem-se momentos de muita religiosidade e fé as celebrações das novenas e missas em comemoração ao dia de Nossa Senhora Aparecida, em 12 de outubro, contando com a participação efetiva da comunidade nos festejos, bem como em outros momentos litúrgicos ao longo do ano.
Também é marcante o badalar do sino dessa igreja, som este que ecoa pelas várias partes da cidade, por ocasião das missas, num convite aos fiéis. (Texto: Wesley Gomes)
Dona Antônia e Sr. Clóvis
No final do verão, já quase no outono do ano de 1925, precisamente no dia 16/03/1925, no local denominado Buritizinho, nas divisas dos municípios de Santa Fé de Minas e Bonfinópolis de Minas, eis que abrem os olhos para o mundo: Clóvis Martins de Souza, o primogênito do jovem casal de agricultores Dioguino Martins de Souza e Maria das Mercês Veloso.
Na labuta diária de pequenos agricultores familiares, “Senhor Diogo e Dona Mercês” continuaram residindo naquelas paragens, e Deus lhe fora favorável na constituição da sua numerosa e abençoada família, presenteando-os com a chegada de outros filhos para a companhia do pequeno Clóvis, sendo eles: Maria de Lourdes, Raimundo, Mariana, Maria da Conceição, Maria de Jesus, José, João, Maria Rosa, Geraldo, Maria do Carmo e a caçula Maria Rosália.
O tempo passa e a família já praticamente formada, cada um na luta diária pela sua independência financeira, o casal de pequenos agricultores, senhor Diogo e dona Mercês, começaram a migrar para outras bandas na busca de oportunidades, e, pela proximidade dos laços afetivos o município de Bonfinópolis de Minas é o escolhido por eles para continuarem vivendo.
Evidentemente o jovem Clóvis por ser o mais velho da irmandade, ajudar os seus pais no que conseguia, a que rumos deviam tomar nessa jornada.
Já em Bonfinópolis de Minas, o jovem forte destemido Clóvis Diogo conhece Antônia Cândida de Jesus aquela que mais tarde seria a sua esposa e companheira até os últimos dias de sua vida, possivelmente, mais de 50 anos de união conjugal.
Recebem as bênçãos do Sacramento do matrimônio, já com família constituída, no dia 26/11/1978 regularizam a situação de estado civil para juridicamente casados. dessa abençoada união Deus lhe concede o privilégio de serem os pais biológicos de Arnaldo, Hilda, Alfeu, Ademir, Ilca, Antônio, Maria Lázara, Lázara Maria, Adão, Eva e Ilma, de coração e grande estima de Raimunda da Luz.
Para conseguirem criar e educar os seus filhos, o senhor Clóvis e Dona Antônia lutaram bastante, passaram por muitos momentos de provações mas não se abalaram na fé e para a felicidade do casal, nenhum dos seus 12 filhos se perdeu na vida, mas sim, tornaram-se homens e mulheres de bem da cidade de Bonfinópolis de Minas.
Quem não se lembra do senhor “Clóvis carroceiro” que tantas famílias ajudou, transportando tambores de água do Ribeirão das Almas para aqueles moradores dos diversos pontos da cidade que ainda não eram atendidos pela rede de água da Copasa, sobretudo, daqueles bairros mais afastados do rio?
Foram inúmeras as viagens, que se iniciavam bem de manhã e prosseguir até altas horas da noite. Era água para o consumo humano, para o cultivo de hortas, para os criadores de porcos e galinhas para higiene pessoal e limpezas diversas. Entre uma viagem e outra, os bons causos amenizavam aquela dura lida, desde o momento para encher o tambor de água até o destinatário, pois era muito movimentadas todas as fontes, tinha que pedir licença as inúmeras e guerreiras “lavadeiras” para descer com sua famosa carroça até o leito do rio para pegar a água mais limpa. Foi uma luta imensa, mas com o pouco que ganhava, ajudava bastante no sustento da família.
Após essa humilde, mas honrosa profissão de carroceiro, o senhor Clóvis Diogo passa a trabalhar para a Prefeitura Municipal como auxiliar de serviços gerais nas gestões dos prefeitos José Alves Babilônia e Sílvio Canuto Vargas, e uma das funções que exerceu com dedicação, fora a de controlador do registro de água do tanque do velho caminhão Ford pipa, que passava molhando as diversas ruas da cidade, diminuindo a poeira.
Justamente nessa sua última ocupação de trabalho, no dia 7 de dezembro de 1992, com apenas 67 anos de vida e ainda com muita vontade de viver, mas obediente ao criador Celestial, o senhor Clóvis Martins de Souza é chamado por Deus, um exemplo de um pai amável, de um avô protetor, grande e inesquecível amigo colaborador que muito contribuiu para Bonfinópolis de Minas.
(Adaptado: Nunes de Sousa)
PÉ DE MANGA
Manga…
Velha mangueira!
Mangueira de velhas histórias,
Histórias que o tempo conta,
Contos de um lindo passado,
Passado não muito distante,
Distância que o tempo não esquece,
Esquecimento quase impossível,
De alguém que morando distante,
Desta distância regressando,
Tinha como primeiro habitante,
A recebê-lo de braços abertos,
Como que num sorriso elegante,
Uma mangueira frondosa,
De onde se avistava toda beleza,
Em meio a natureza,
Que fazia o coração disparar,
Que vontade louca de chegar,
Rever papai e mamãe,
Encontrar velhos amigos,
Andar descalços nas ruas
Ir ao gonçalo jogar…
A mangueira continua lá,
Muitos passam e nem a vê,
A velha estrada de terra
Deu lugar ao lindo asfalto
E todos passam apressados,
Nem dá tempo de olhar !
Mas continua linda…
Em meio a pequenos arbustos
Esperando por você.
Texto: SEBASTIÃO DE MELLO (Publicado 18/05/2012)
Lúcio de Oliveira dos Santos
Lúcio de Oliveira dos Santos, natural de Montes Claros, Minas Gerais, filho de João de Oliveira dos Santos e Maria Rosa de Jesus, nasceu em 14 de abril de 1905.
Ainda moço, com sua grande coragem e com o desejo de fazer de sua história, uma vida digna, fortificada por seu trabalho, chegou a nossa terra, quando esta, ainda era um pequeno vilarejo e plantou aqui as raízes de seu trabalho.
Ele montou um dos primeiros comércios, onde procurava servir a toda população desse município. Também, com grande sacrifício, fazia o comércio de combustíveis para os primeiros veículos que aqui circulavam e, por muito tempo, dedicou-se a esse comércio.
Em 27 de julho de 1937, casou-se com Severina Pereira dos Santos e, desta união, nasceram 3 filhos que aqui cresceram e dele herdaram a coragem e a dignidade do seu trabalho.
Em 01 de dezembro de 1982, morre em Brasília, vítima de pneumonia, deixando os filhos a eterna saudade.
E, para todos que o conheceram, deixou o exemplo da alegria, da paz, da coragem, da vontade de vencer, que foi o lema de toda a sua vida.
E venceu, porque viveu para servir e deixou para seus sucessores a marca do sorriso que sempre se fez presente em seu rosto.
(Texto informado pela família)
Tenente João Bispo.
“Tenente João Bispo, padrasto de minha avó, homem sério, amava sua família e procurou criar todos dentro das leis de Deus. Dirigia sua fazenda, com justiça e sabedoria. O Tenente tinha muitas manias, dentre elas, a de rezar o terço todas as tardes ajoelhado ao pé da cruz fincada a vários metros de sua casa. O famoso cruzeiro onde o Tenente orava para as almas do purgatório. João Bispo era devoto das almas e todo ano eram rezadas doze missas pedidas por ele para as ditas almas que no purgatório buscavam a redenção.” (Orlando Alves de Matos Filho)
“Para o desenvolvimento de Bonfinópolis de Minas, para este progresso, seria necessária a luta de pessoas ali moradoras e interessadas que tal acontecesse. Entre elas podemos enumerar o Tenente João Bispo, homem de visão ampla. Logo percebeu que não seria possível um desenvolvimento mais livre se não houvesse terreno suficiente para construção de novas vivendas. Sacrificou uma parte de sua propriedade e fez doação de significativa área onde se localiza a cidade. A partir de então o crescimento se tornou mais acentuado e mais rápido.” (Oliveira Mello)
Walter Júnior Graciano Santos
Nascido em 15 de fevereiro de 1990, filho de Sinvaldo Graciano de Souza e Genilda Lourenço dos Santos. Seu pai tinha um comércio em frente ao local que hoje está situado o Ginásio Poliesportivo, onde ele cresceu brincando com seus coleguinhas, jogando bola naquele terreno vazio.
Era uma criança extrovertida, alegre que tinha pressa de aproveitar a vida. Aos seis anos sua mãe, diagnosticada com câncer, veio a falecer. Nessa época, ele iniciava seus estudos.
Sua avó, nas férias de julho, vendo a tristeza do menino pediu a seu pai para deixar ele passear em Caldas Novas, onde tinha casa alugada e, frequentemente, ia lá para resolver negócios, uma oportunidade para que o menino pudesse se distrair.
Só que o inesperado aconteceu, um grave acidente na rodovia de Goiânia, local conhecido como sete curvas, o carro saiu da pista e caiu no rio, matando quatro pessoas. Juninho, como carinhosamente era chamado por sua família, teve sua vida interrompida com apenas 6 anos, deixando para nós muitas lembranças no local em que ele gostava de brincar. A presença dele naquele espaço, era rotineira, pois lá , ele gostava de jogar bola. Quanta saudade….
Em sua homenagem, após a conclusão do Ginásio Poliesportivo, construído na gestão de 1993-1996, passou a se chamar Ginásio Poliesportivo Walter Junior Graciano, obra inaugurada em dezembro de 1996.
(Texto informado pela família)
Carnabom
Carnaval acabou. Desfilar no bloco das emoções, aí vou eu! Carnabom. Ruas interditadas, barracas armadas. Comércios abastecidos de cervejas bem geladas para toda aquela algazarra. Fantasias eram poucas, aliás, roupas eram poucas. O calor de toda aquela farra, fazia com que todos nós despíssemos de corpo e alma e debaixo de uma ducha, lá no posto do Ferreirão, molhávamos! Refrescávamos como se a vida fosse acabar depois dalí. Mexíamos com todos, bebíamos de tudo, eu como um boneco de Olinda, subia no pescoço do meu primo e saíamos no meio da multidão.
Esquecer da vida fora do carnaval era obrigação. Viver por total, aqueles dias de festa! Bora para o rio Santa Cruz, que o trio elétrico já estava presente, atravessado no rio. Loucura! Senhor Niltão, rei momo! Blocos?! Muitos. Cada qual com sua turma de amigos, e quando não se ia ao Santa Cruz, tratava de arranjar uma lona, cobrir a carroceria de um carro e ir na bomba do rio das Almas e encher! Calor não tem vez. Carnaval chegou, visitas chegaram para encher todas as casas, todos os bares e a praça Silvésia Cândida de pessoas que foram mas que sempre voltam.
Carnabom! Eis que me encontrei com os meus melancólicos despojos. Lá, depois da festa fica com as ruas desertas, as casas tornam a ficar vazias à espera de outro carnaval. Acabou-se a farra, desmanchou-se o palco, volta-se à realidade. Depois de um proveitoso carnaval, começa a quarta-feira de cinzas. Cinzas lembranças de um bom Carnabom que me veio hoje na lembrança. Agora?! Agora o carnaval acabou!
Publicado por Amaury Filho em 24 de fevereiro de 2020.
João Peixoto.
João Peixoto nasceu no dia 11 de julho de 1926 e veio para Bonfinópolis de Minas no ano de 1950. Residindo na Rua Abílio Moreira, 191, no centro da cidade, antes de mudar para Bonfinópolis de Minas, morou na Fazenda Muriçoca (município de João Pinheiro) e, posteriormente, mudou para a comunidade de Conceição. Já em Bonfinópolis de Minas, por volta do ano de 1953, ficou conhecido por sua habilidade em consertar equipamentos eletrônicos, sendo único e primeiro profissional da área a prestar esse tipo de atendimento na época (profissão denominada na época de radiotécnico).
Sua habilidade foi desenvolvida através do curso por correspondência (antigo curso profissionalizante do Instituto Universal Brasileiro, que oferece cursos de capacitação e formação profissional). Era muito solicitado para conserto de tv’s (seja nos modelos em preto-e-branco e até as mais modernas, as primeiras de tvs à cores), além dos famosos rádios Motorádio ou dos modelos “capelinha”, que na época eram importantes meios de comunicação, transmitido seja por ondas AM ou pelas ondas curtas. Além disso, exerceu a profissão de carpinteiro, auxiliando sempre que fosse necessário.
Ajudou na reforma do telhado da igreja Nossa Senhora Aparecida. Sua habilidade, seja no conserto de eletrônicos ou na carpintaria, sempre é lembrado por todos bonfinopolitanos.
Veio a falecer no dia 08 de setembro de 2011, deixando aqui nossa profunda admiração e homenagem a esse cidadão que contribuiu nesses 60 anos de emancipação de Bonfinópolis de Minas. (Texto: Wesley Gomes)
A memória e a economia do município de Bonfinópolis de Minas estão saudosamente ligadas ao carro de boi.
Em tempos idos, quando o município ainda era chamado de Santo Antônio do Roçado, Fróis, Bonfim e até mesmo muito tempo depois de se tornar Bonfinópolis de Minas, o carro de boi transportou alimentos, querosene (combustível para lamparinas), principalmente o sal, vindo de São Romão, para temperar a vida sofrida da gente que escolheu o sertão mineiro para viver e desbravar.O carro de boi transportou também, durante décadas, pessoas saudáveis para festas e casamentos, pessoas doentes em busca de tratamento.
No passo lento dos bois de canga e na cantiga monótona dos cocões, rangendo pelas estradas empoeiradas, muitos bonfinopolitanos carregavam não só a economia da época em que as lavouras produziam com fartura e qualidade, mas também o sonho de evolução que hoje traz mais conforto e muita saudade ao coração daqueles que foram os pioneiros no desbravamento, na construção desta cidade e na fé no Senhor do Bonfim que veio para estas bandas para nos abençoar e aqui permanecer, até os dias atuais, realizando milagres e derramando bençãos àqueles que NELE creem. Vale lembrar que o CARRO DE BOI já marcou presença como principal meio de transporte durante as antigas festas em louvor ao padroeiro Senhor do Bonfim, gente de todos os cantos do município enchiam a praça em frente a igreja matriz para dias de missas, novenas, casamentos, batizados, enquanto os festejos aconteciam os carros de bois permaneciam “estacionados” e os bois tranquilamente pastando aguardavam o fim dos festejos para transportar os fiéis a suas localidades de morada.
Nos tempos atuais, a atividade cotidiana com o carro de boi tornou-se raridade. Contudo podemos matar a saudade nas já tradicionais cavalgadas, especificamente, na comunidade rural Riacho da Calda, quando o desfile de carros de bois rouba a cena e presenteia o público com um espetáculo capaz de encantar os mais jovens e enlevar os mais velhos a um tempo em que o “cantar” dos carros de boi e o grito dos carreiros é um portal onde a alma se emociona, mas não sabe explicar se é de alegria ou eterna saudade.
Texto: Arlete de Fátima Braga
Dirson Alves Ferreira
Nasceu em João Pinheiro, Minas Gerais, no dia 28 de outubro de 1949, filho de Miguel Alves Ferreira e Dona Helena Gonçalves dos Reis, casado com Eni Néia Vieira, a Dona Maninha de Ferreirão, professora do município. Tiveram dois filhos, Douglas e Kênia. Dirson Alves Ferreira fez o curso primário na Escola Estadual Cândido Ulhoa de Bonfinópolis de Minas, o ginasial na escola de Unaí. E o científico no colégio Asa Branca em Brasília. Foi aprovado no concurso de Furnas. Porém, foi impedido de atuar no cargo a época, pois era acometido por chagas no coração. Assim, a convite do Prefeito Sr. Moacir, retornou a Bonfinópolis de Minas e passou a lecionar. Após seis meses de magistério, passou a responder pela direção da Escola Municipal Santa Cruz, embora não tivesse parado de lecionar. Sempre muito estudioso, iniciou o curso superior na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Patos de Minas.
Além disso, foi presidente do Grêmio Estudantil Castro Alves de Unaí. Foi secretário-substituto do grêmio estudantil de Brasilândia. Apreciador de futebol, era torcedor do Cruzeiro. Em suas horas de lazer, dedicava-se à leitura. A convite do prefeito José Henrique Brandão, trabalhou na prefeitura no cargo de Secretário Executivo. Sendo sua percepção naquela época, de melhoria na rede de água e esgoto e na implantação de cursos profissionalizantes.
Foi candidato a prefeito em 1982, 2000 e 2008, e candidato a vice-prefeito em 1996 e 2017, sendo o vice-prefeito no mandato de Donizete Antônio dos Santos. Ferreirão, como era conhecido, foi um homem a frente de seu tempo. Sempre com ideias inovadoras e uma busca incessante pelo progresso do município.
Ainda na década de 80, foi vanguardista no comércio local, com a inauguração do Comercial Ferreirão, dando protagonismo ao consumidor com acesso ao produto diretamente das prateleiras. O mercado, localizado na Rua Venâncio Pinto Machado, no centro de Bonfinópolis de Minas, vendia também móveis e eletrodomésticos, sendo um importante supermercado da cidade. Na década de 90, foi pioneiro no agronegócio. Trouxe ao município a primeira ordenha mecânica para extração de leite, bem como a sua pasteurização. Além disso, implementou a inseminação artificial em seu rebanho.
Sua atuação precursora sempre foi motivo de muito orgulho. Foi assim que, já na terceira idade, foi o primeiro corretor de imóveis credenciado no município.
Por fim, como empresário, também foi sócio da Drogaria Ferreira e da Drogaria Senhor do Bonfim e arrendatário do Posto Talismã.
A generosidade era sua principal característica. Um homem de coração nobre e bom. Ajudava a todos. Um pai amoroso, marido zeloso. Sempre priorizava a família. Os irmãos eram seu apoio e alicerce. Os filhos o seu orgulho. A esposa seu grande amor. Os amigos sua alegria. Sua casa sempre estava cheia e de portas abertas a todos. As rodas de conversa eram garantia de boas histórias e muitas risadas.
Líder nato, foi um importante integrante da cena política local. Agregador, patriarca e entusiasta, sempre foi referência para todos.
Lutou incansavelmente para que o município se tornasse uma potência no noroeste mineiro.
Faleceu em 31 de maio de 2017, deixando um grande legado e muita saudades.
Em sua homenagem, o auditório da nova sede do Poder Executivo recebeu seu nome. (Texto informado pela família)